Em 30 de agosto de 2001, o Brasil ficou chocado quando Silvio Santos, um dos apresentadores mais icônicos da televisão, foi feito refém em sua própria casa, em um episódio que durou quase oito horas. O autor do sequestro, Fernando Dutra Pinto, já era conhecido por ter liderado o grupo que sequestrou Patrícia Abravanel, filha de Silvio, dias antes.
Fernando, então com 22 anos e trabalhando como empacotador, viu no crime uma oportunidade de melhorar sua situação financeira. Ele vendeu um terreno, comprou armas e munições, e planejou meticulosamente o sequestro de Patrícia, que foi libertada em 28 de agosto após o pagamento de um resgate de 500 mil reais. Mesmo com a filha do apresentador em liberdade, Fernando continuou foragido, e, em 30 de agosto, invadiu a mansão de Silvio Santos, na tentativa de obter proteção, pois temia por sua vida e pela de sua família.
O sequestro do apresentador mobilizou a imprensa e paralisou o país. Apesar da tensão, Silvio Santos, com toda sua experiência como comunicador, conseguiu manter a calma e tranquilizar o sequestrador. Segundo relatos, o apresentador chegou a oferecer ajuda a Fernando, prometendo-lhe um advogado e até mesmo um emprego após o cumprimento de sua pena.
As negociações chegaram ao fim com a intervenção do então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que garantiu que Fernando seria preso sem sofrer violência. Por volta das 17h, o sequestrador se entregou, e Silvio Santos saiu ileso, demonstrando uma tranquilidade impressionante, reflexo de seu incrível talento em lidar com situações de alto risco.
Fernando Dutra Pinto foi preso e, meses depois, morreu na prisão em decorrência de uma infecção causada por ferimentos. Este episódio permanece na memória do público brasileiro, não apenas pelo perigo enfrentado, mas pela forma como Silvio Santos usou suas habilidades de comunicação para sair de uma situação que poderia ter terminado em tragédia.