A argelina Imane Khelif fez história ao conquistar a medalha de ouro na final de boxe feminino, na categoria até 66kg, nas Olimpíadas de Paris. Com uma vitória por decisão unânime sobre a chinesa Liu Yang nesta sexta-feira, Khelif não apenas garantiu o lugar mais alto do pódio, mas também superou uma onda de controvérsias e discursos de ódio que marcaram sua jornada nos Jogos.
Desde o início das Olimpíadas, Khelif esteve no centro das atenções, especialmente para a torcida argelina, que compareceu em peso para apoiá-la. O ginásio ecoava com os gritos de incentivo à atleta, que retribuiu o apoio com uma performance sólida. No primeiro round, o confronto foi equilibrado, mas os árbitros apontaram vitória da argelina. No segundo round, Khelif dominou completamente, e no terceiro, administrou sua vantagem para garantir a vitória por decisão unânime.
Este ouro representa a segunda medalha para a Argélia nos Jogos Olímpicos de Paris, seguindo o sucesso da jovem ginasta Kaylia Nemour, que conquistou o ouro nas barras assimétricas.
Outros Resultados no Boxe Olímpico
No mesmo dia, Asadkhuja Muydinkhujaev, do Uzbequistão, venceu na categoria 71kg, derrotando o italiano Marco Verde. Yu Wu, da China, levou o ouro na categoria 50kg feminino, superando Buse Naz Çakıroğlu, da Turquia. Nos 92kg masculino, Lazizbek Mullojonov, também do Uzbequistão, garantiu a vitória sobre Loren Berto, do Azerbaijão.
A Polêmica Envolvendo Imane Khelif
A trajetória de Imane Khelif nas Olimpíadas de Paris não foi sem desafios. A atleta foi envolvida em uma grande polêmica após a decisão da Associação Internacional de Boxe (IBA) de bani-la do Mundial Amador de 2023. A IBA alegou que Khelif não cumpria os requisitos de elegibilidade para competir entre mulheres, submetendo-a a um teste de gênero. O presidente da associação, Umar Kremlev, afirmou que a argelina teria cromossomos XY, mas o resultado oficial nunca foi divulgado.
Apesar da exclusão do Mundial, o torneio olímpico de boxe está sendo realizado sem a influência da IBA, que perdeu sua certificação junto ao Comitê Olímpico Internacional (COI) no ano passado. Com a gestão do COI, Khelif recebeu autorização para competir e, finalmente, conquistar o ouro em Paris.